Reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial
É preciso investir em uma recuperação mais verde e inclusiva centrada nas pessoas, diz a OIT ao Banco Mundial e FMI
Em declarações feitas nas reuniões anuais do FMI e do Grupo Banco Mundial, o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, enfatizou a urgência de promover uma recuperação centrada nas pessoas em meio a um cenário frágil até 2022.
GENEBRA (Notícias da OIT) – O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, pediu ações urgentes para criar trabalho decente nas economias verde, de cuidados e digital de forma a contribuir para uma transição justa para economias neutras em carbono e para evitar que as desigualdades se tornem arraigadas.
Em declarações feitas durante as reuniões de primavera do FMI e do Grupo Banco Mundial, Ryder disse que a implementação do Acelerador Global de Emprego e Proteção Social para uma Transição Justa, lançada pelo secretário-geral da ONU, poderia criar pelo menos 400 milhões de postos de trabalho até 2030, principalmente em economias verdes e de cuidados, e ampliar os níveis de proteção social a mais de 4 bilhões de pessoas que atualmente não estão cobertas.
Um pacote transformador de políticas de cuidados, baseado no acesso universal, poderia gerar cerca de 300 milhões de empregos, criar um mundo do trabalho melhor e com mais equidade de gênero e garantir que ninguém seja deixado para trás na transição para economias neutras em carbono, disse ele.
Para promover uma transição em que os benefícios sejam amplamente compartilhados e as pessoas mais vulneráveis estejam protegidas, o setor financeiro poderia empregar várias alavancas, "por exemplo, integrar plenamente o trabalho decente aos investimentos financeiros, envolver os beneficiários e clientes para promover o diálogo social, garantir o acesso a financiamento para PMEs em setores verdes e um sólido planejamento para a transição justa", acrescentou.
Fomentar uma recuperação centrada nas pessoas é mais urgente do que nunca, pois as perspectivas para 2022 permanecem frágeis devido ao número crescente de casos de COVID-19, inflação mais alta e o impacto da agressão russa contra a Ucrânia na economia global.
“A recuperação do mercado de trabalho em 2022 será mais lenta do que o inicialmente previsto e espera-se que o desemprego global permaneça acima dos níveis pré-COVID-19 até pelo menos 2023”, acrescentou Ryder. De particular preocupação é o agravamento das desigualdades dentro e entre países, algo que "provavelmente levará anos para ser reparado, com possíveis consequências de longo prazo para a participação da força de trabalho, renda familiar e coesão social".
Mesmo antes da agressão da Federação Russa contra a Ucrânia, as estimativas apontavam para um déficit de horas trabalhadas globalmente equivalente a 52 milhões de empregos em tempo integral em relação ao quarto trimestre de 2019. Embora essa última projeção seja uma melhora em relação à situação em 2021, é ainda quase 2% inferior ao número de horas trabalhadas globalmente antes da pandemia, explicou o diretor-geral da OIT.*
A guerra na Ucrânia está piorando as perspectivas econômicas, criando "uma crise tripla - em finanças, combustível e alimentos - que aumentará a pobreza e a fome e levará a resultados substancialmente piores no mundo do trabalho", acrescentou Ryder.
“No futuro, os formuladores de políticas enfrentarão escolhas difíceis”, disse ele, prevendo que os pedidos de política monetária e fiscal se apertarão a um ritmo mais rápido nos esforços para conter a inflação. “No entanto, a recuperação econômica ainda requer apoio macroeconômico para ser sustentável.”
Alcançar uma recuperação centrada nas pessoas exigirá uma cuidadosa coordenação e um equilíbrio das políticas macroeconômicas para que forneçam apoio suficiente ao investimento nas pessoas e no planeta, ao mesmo tempo em que contenha a inflação.
O apoio continua sendo essencial para investir em uma agenda transformadora para a igualdade de gênero, na proteção dos trabalhadores e das trabalhadoras pela garantia dos direitos fundamentais no trabalho e na saúde e segurança ocupacional e na proteção social universal.
A participação dos representantes dos trabalhadores e dos empregadores na tomada de decisões por meio do diálogo social assegura que estes investimentos sejam mutuamente benéficos para empresas e trabalhadores(as) e tenham repercussões macroeconômicas positivas e efeitos indiretos
* A OIT publicará novos dados sobre desemprego em maio de 2022.
Em declarações feitas durante as reuniões de primavera do FMI e do Grupo Banco Mundial, Ryder disse que a implementação do Acelerador Global de Emprego e Proteção Social para uma Transição Justa, lançada pelo secretário-geral da ONU, poderia criar pelo menos 400 milhões de postos de trabalho até 2030, principalmente em economias verdes e de cuidados, e ampliar os níveis de proteção social a mais de 4 bilhões de pessoas que atualmente não estão cobertas.
Um pacote transformador de políticas de cuidados, baseado no acesso universal, poderia gerar cerca de 300 milhões de empregos, criar um mundo do trabalho melhor e com mais equidade de gênero e garantir que ninguém seja deixado para trás na transição para economias neutras em carbono, disse ele.
Para promover uma transição em que os benefícios sejam amplamente compartilhados e as pessoas mais vulneráveis estejam protegidas, o setor financeiro poderia empregar várias alavancas, "por exemplo, integrar plenamente o trabalho decente aos investimentos financeiros, envolver os beneficiários e clientes para promover o diálogo social, garantir o acesso a financiamento para PMEs em setores verdes e um sólido planejamento para a transição justa", acrescentou.
Fomentar uma recuperação centrada nas pessoas é mais urgente do que nunca, pois as perspectivas para 2022 permanecem frágeis devido ao número crescente de casos de COVID-19, inflação mais alta e o impacto da agressão russa contra a Ucrânia na economia global.
“A recuperação do mercado de trabalho em 2022 será mais lenta do que o inicialmente previsto e espera-se que o desemprego global permaneça acima dos níveis pré-COVID-19 até pelo menos 2023”, acrescentou Ryder. De particular preocupação é o agravamento das desigualdades dentro e entre países, algo que "provavelmente levará anos para ser reparado, com possíveis consequências de longo prazo para a participação da força de trabalho, renda familiar e coesão social".
Mesmo antes da agressão da Federação Russa contra a Ucrânia, as estimativas apontavam para um déficit de horas trabalhadas globalmente equivalente a 52 milhões de empregos em tempo integral em relação ao quarto trimestre de 2019. Embora essa última projeção seja uma melhora em relação à situação em 2021, é ainda quase 2% inferior ao número de horas trabalhadas globalmente antes da pandemia, explicou o diretor-geral da OIT.*
A guerra na Ucrânia está piorando as perspectivas econômicas, criando "uma crise tripla - em finanças, combustível e alimentos - que aumentará a pobreza e a fome e levará a resultados substancialmente piores no mundo do trabalho", acrescentou Ryder.
“No futuro, os formuladores de políticas enfrentarão escolhas difíceis”, disse ele, prevendo que os pedidos de política monetária e fiscal se apertarão a um ritmo mais rápido nos esforços para conter a inflação. “No entanto, a recuperação econômica ainda requer apoio macroeconômico para ser sustentável.”
Alcançar uma recuperação centrada nas pessoas exigirá uma cuidadosa coordenação e um equilíbrio das políticas macroeconômicas para que forneçam apoio suficiente ao investimento nas pessoas e no planeta, ao mesmo tempo em que contenha a inflação.
O apoio continua sendo essencial para investir em uma agenda transformadora para a igualdade de gênero, na proteção dos trabalhadores e das trabalhadoras pela garantia dos direitos fundamentais no trabalho e na saúde e segurança ocupacional e na proteção social universal.
A participação dos representantes dos trabalhadores e dos empregadores na tomada de decisões por meio do diálogo social assegura que estes investimentos sejam mutuamente benéficos para empresas e trabalhadores(as) e tenham repercussões macroeconômicas positivas e efeitos indiretos
* A OIT publicará novos dados sobre desemprego em maio de 2022.