Trabalho decente para todas e todos

Elle Brasil: A travessia do trabalho digno na moda

A revista publicou uma reportagem sobre o Projeto “Trabalho Escravo Nunca Mais”, promovido pelo MPT, pela OIT e pela Unicamp.

Notícias | 5 de Março de 2021
Projeto "Trabalho Escravo Nunca Mais" promove o trabalho decente e a inclusão de grupos vulneráveis na indústria da moda nacional
No dia 5 de março de 2021, a revista Elle Brasil publicou uma reportagem especial sobre o projeto Trabalho Escravo Nunca Mais, promovido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pela Universidade de Campinas (Unicamp). (Clique aqui para ler a reportagem na íntegra.)

O objetivo da iniciativa "Trabalho Escravo Nunca Mais" é promover o trabalho decente e a inclusão de grupos vulneráveis na indústria da moda nacional. Além da mobilização online, o projeto inclui a formação profissional em design de moda para pessoas que estavam em situação de trabalho escravo. Também conta com a participação de renomados profissionais do mundo da moda, como os estilistas Reinaldo Lourenço e Yan Acioli, e ações com empresas da área para promover a inclusão de grupos em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Leia  trechos da reportagem abaixo:

“O trabalho no setor da moda paulistana tem rosto e mãos de imigrantes. Há alguns anos, diversas pessoas advindas de países vizinhos da América do Sul chegam na cidade com a perspectiva de uma vida melhor. A realidade, muitas vezes, é analoga à escravidão. Esse cenário motivou o Ministério Público do Trabalho, a Organização Internacional do Trabalho e a UNICAMP a criarem o projeto "Trabalho Escravo Nunca Mais #somoslivres", que abriu outros horizontes para pessoas imigrantes que já sofreram essas violações.

Mesmo 130 anos depois da abolição e da Lei Áurea, a mentalidade escravocrata ainda existe e assumiu novas feições", diz Gustavo Accioly, procurador do trabalho na capital paulista e um dos idealizadores do projeto. Isso ainda é recorrente na indústria da moda por conta das inúmeras terceirizações e subcontratações do setor, que tem 70% dos trabalhadores na modalidade informal, analisa ele. Com a ação, pretende-se "resgatar a autoestima e promover a inclusão social por meio do trabalho decente", para gerar não apenas acesso à democratização de riquezas, mas "fazer com que as pessoas possam expandir seus direitos e sua personalidade de forma digna", finaliza.”

O projeto foi construído a muitas mãos. Inicialmente, foram desenhadas camisetas pelo designer Eugênio Santos. Depois, no mês de fevereiro, foram ministradas aulas de costura pela equipe da marca Reinaldo Lourenço, em sua fábrica. No próximo dia 08, o projeto se encerra com um desfile das peças confeccionadas pelos participantes e styling assinado por Yan Accioly. A ELLE fará sua transmissão ao vivo e exclusiva na segunda-feira, às 19h, por meio do Instagram.

Ao longo do processo, houve também aulas de história da moda com Jeff Benício, mas o foco eram as técnicas de costura. Quem as lecionou foi Elmira da Silva, que trabalhou 12 anos no atelier de Reinaldo Lourenço. "É um aprendizado e superação para todo mundo: empresa do Reinaldo, Ministério Público e para mim também", diz ela, que nunca havia feito algo do tipo e se sentiu empoderada ao repassar todo seu conhecimento. "Vi muita força de vontade, capacidade e não querer desistir de primeira; pelo contrário, todas eram muito curiosas e interessadas. Não teve nenhuma que disse que não conseguiria fazer."

Para o estilista Reinaldo Lourenço o ensinamento foi, realmente, mútuo: "é um aprendizado poder ter proporcionado isso para eles, é muito gratificante". Nas aulas, as modelagens foram disponibilizadas pela grife e os tecidos, escolhidos pela sua equipe. "Tive a ideia de usar chita, acho uma coisa muito brasileira. Como são todos de fora, pensei em trazer uma coisa do Brasil", explica."

Continue a ler a reportagem aqui.