Panorama Laboral em tempos de COVID-19
OIT: Região da América Latina e Caribe perdeu 34 milhões de empregos com a crise
A COVID-19 deixa como consequência uma drástica contração do emprego e da renda na região. Os sinais de uma reativação incipiente sugerem que milhões de pessoas poderiam voltar a procurar emprego nas próximas semanas, destacou a OIT na nova edição do relatório Panorama Laboral.
Lima – A Organização Internacional do Trabalho (OIT) alerta sobre a necessidade de adotar estratégias imediatas para enfrentar a crise laboral provocada pela COVID-19, que já causou a perda de pelo menos 34 milhões de empregos e poderia aumentar a desigualdade na América Latina e no Caribe em um contexto de recuperação incipiente registrado nas últimas semanas.
“Enfrentamos um desafio sem precedentes, o da reconstrução dos mercados de trabalho da região, o que implica enfrentar falhas estruturais que se agravaram com a pandemia, como a baixa produtividade, a alta informalidade e a desigualdade de renda e de oportunidades de trabalho decente”, disse o diretor da OIT para América Latina e Caribe, Vinícius Pinheiro.
A OIT apresentou nesta quarta-feira (30) a segunda edição do “Panorama Laboral em tempos de COVID-19: Impactos no mercado de trabalho e na renda na América Latina e no Caribe” (em espanhol), em que alerta para “a drástica contração do emprego, das horas de trabalho e da renda ”
O relatório destaca ainda que, a partir do terceiro trimestre de 2020, foi detectada uma recuperação nos níveis de atividade econômica e os primeiros dados revelam uma recuperação incipiente do emprego e um retorno da força de trabalho.
“Os sinais preliminares de recuperação são uma notícia positiva, mas o impacto da COVID-19 no trabalho e nas empresas foi enorme e o caminho à frente é longo. É fundamental relançar as bases para a reativação da economia com segurança na saúde, garantindo condições favoráveis para o funcionamento das empresas e para a criação de mais e melhores empregos ”, disse Pinheiro.
O relatório Panorama Laboral destaca que durante a crise “34 milhões de trabalhadores perderam seus empregos (alguns temporariamente) ”, de acordo com informações disponíveis de nove países que representam mais de 80% da população economicamente ativa da região. A taxa de ocupação chegou a 51,1% no primeiro semestre, o que significa uma forte redução de 5,4 pontos percentuais em relação à taxa do mesmo período do ano anterior, representando “um valor mínimo histórico”.
No entanto, a análise da OIT também alerta que “as quedas no emprego não foram totalmente refletidas em aumentos na taxa de desocupação por causa das saídas massivas da força de trabalho”.
Essas saídas da força de trabalho ou transições para a inatividade refletiram-se no fato de que a taxa de participação no trabalho também registrou uma queda sem precedentes, passando de 61,3% para 52,6% entre o primeiro e o segundo trimestres deste ano. Isso significa que 32 milhões de pessoas deixaram de ser economicamente ativas.
Em relação à taxa de desocupação, o relatório destaca que este indicador médio para nove países com informação disponível foi de 11,5% no segundo trimestre, 2,2 pontos percentuais acima do primeiro trimestre deste ano. Isso indica que cerca de dois milhões de pessoas a mais perderam seus empregos e continuaram procurando emprego.
As saídas líquidas da força de trabalho para a inatividade representam 94% do total de perdas de postos de trabalho por causa da crise da COVID-19. Os 6% restantes se traduzem em aumentos no número de pessoas desempregadas.
“Se a população que perdeu o emprego tivesse permanecido dentro da força de trabalho (como desocupada), o impacto sobre a taxa de desocupação teria sido significativamente mais elevado”, destaca o relatório da OIT. O mesmo ocorre com a informalidade, que, de acordo com dados disponíveis, diminuiu em alguns países, porque as pessoas passam para uma situação de inatividade devido à dificuldade de trabalhar.
Mas tanto a taxa de desocupação quanto a taxa de informalidade podem aumentar com a reabertura das atividades e a reativação da demanda. Aquelas pessoas que deixaram a força de trabalho por causa da COVID-19 constituem uma "oferta de trabalho potencial que certamente voltará a procurar emprego."
Por outro lado, o estudo alerta para a possibilidade de que neste cenário de recuperação as lacunas aumentem. “O déficit de trabalho formal ficará mais evidente para determinados grupos de trabalhadores como jovens, mulheres e adultos com menores qualificações”, conforme foi destacado no lançamento do relatório nesta quarta-feira.
O documento da OIT também afirma que outros indicadores ajudam a dimensionar o impacto da crise no trabalho na América Latina e no Caribe.
“Enfrentamos um desafio sem precedentes, o da reconstrução dos mercados de trabalho da região, o que implica enfrentar falhas estruturais que se agravaram com a pandemia, como a baixa produtividade, a alta informalidade e a desigualdade de renda e de oportunidades de trabalho decente”, disse o diretor da OIT para América Latina e Caribe, Vinícius Pinheiro.
A OIT apresentou nesta quarta-feira (30) a segunda edição do “Panorama Laboral em tempos de COVID-19: Impactos no mercado de trabalho e na renda na América Latina e no Caribe” (em espanhol), em que alerta para “a drástica contração do emprego, das horas de trabalho e da renda ”
O relatório destaca ainda que, a partir do terceiro trimestre de 2020, foi detectada uma recuperação nos níveis de atividade econômica e os primeiros dados revelam uma recuperação incipiente do emprego e um retorno da força de trabalho.
“Os sinais preliminares de recuperação são uma notícia positiva, mas o impacto da COVID-19 no trabalho e nas empresas foi enorme e o caminho à frente é longo. É fundamental relançar as bases para a reativação da economia com segurança na saúde, garantindo condições favoráveis para o funcionamento das empresas e para a criação de mais e melhores empregos ”, disse Pinheiro.
O relatório Panorama Laboral destaca que durante a crise “34 milhões de trabalhadores perderam seus empregos (alguns temporariamente) ”, de acordo com informações disponíveis de nove países que representam mais de 80% da população economicamente ativa da região. A taxa de ocupação chegou a 51,1% no primeiro semestre, o que significa uma forte redução de 5,4 pontos percentuais em relação à taxa do mesmo período do ano anterior, representando “um valor mínimo histórico”.
No entanto, a análise da OIT também alerta que “as quedas no emprego não foram totalmente refletidas em aumentos na taxa de desocupação por causa das saídas massivas da força de trabalho”.
Essas saídas da força de trabalho ou transições para a inatividade refletiram-se no fato de que a taxa de participação no trabalho também registrou uma queda sem precedentes, passando de 61,3% para 52,6% entre o primeiro e o segundo trimestres deste ano. Isso significa que 32 milhões de pessoas deixaram de ser economicamente ativas.
Em relação à taxa de desocupação, o relatório destaca que este indicador médio para nove países com informação disponível foi de 11,5% no segundo trimestre, 2,2 pontos percentuais acima do primeiro trimestre deste ano. Isso indica que cerca de dois milhões de pessoas a mais perderam seus empregos e continuaram procurando emprego.
As saídas líquidas da força de trabalho para a inatividade representam 94% do total de perdas de postos de trabalho por causa da crise da COVID-19. Os 6% restantes se traduzem em aumentos no número de pessoas desempregadas.
“Se a população que perdeu o emprego tivesse permanecido dentro da força de trabalho (como desocupada), o impacto sobre a taxa de desocupação teria sido significativamente mais elevado”, destaca o relatório da OIT. O mesmo ocorre com a informalidade, que, de acordo com dados disponíveis, diminuiu em alguns países, porque as pessoas passam para uma situação de inatividade devido à dificuldade de trabalhar.
Mas tanto a taxa de desocupação quanto a taxa de informalidade podem aumentar com a reabertura das atividades e a reativação da demanda. Aquelas pessoas que deixaram a força de trabalho por causa da COVID-19 constituem uma "oferta de trabalho potencial que certamente voltará a procurar emprego."
Por outro lado, o estudo alerta para a possibilidade de que neste cenário de recuperação as lacunas aumentem. “O déficit de trabalho formal ficará mais evidente para determinados grupos de trabalhadores como jovens, mulheres e adultos com menores qualificações”, conforme foi destacado no lançamento do relatório nesta quarta-feira.
O documento da OIT também afirma que outros indicadores ajudam a dimensionar o impacto da crise no trabalho na América Latina e no Caribe.