António Guterres sobre os efeitos da pandemia no mundo do trabalho

Comunicado de imprensa | 19 de Junho de 2020
 

O secretário-geral da ONU, António Guterres publicou um relatório sobre os efeitos da pandemia no mundo do trabalho The World of Work and COVID-19 (A Covid-19 e o Mundo do Trabalho).

Nos últimos meses, centenas de milhões de empregos foram eliminados. A ONU estima que as pessoas que trabalham na economia informal, geralmente sem direitos laborais e proteção social, tenham sofrido uma perda de 60% de rendimento só no primeiro mês da crise.

As mulheres foram especialmente atingidas, pois trabalham em muitos dos setores mais duramente afetados e, ao mesmo tempo, carregam um fardo maior com o aumento do trabalho não remunerado, como cuidar dos filhos e filhas que deixaram de ir à escola.

Jovens, pessoas com deficiência e muitas outras pessoas enfrentam enormes dificuldades. Muitas pequenas e médias empresas, que são o motor da economia mundial, podem falir.

Segundo António Guterres “esta crise no mundo do trabalho está a alimentar o descontentamento e a ansiedade.” E ainda “o desemprego em grande escala e a perda de rendimento estão a corroer ainda mais a coesão social e a desestabilizar países e regiões”.

Muitas empresas e trabalhadores e trabalhadoras adaptaram-se de forma inovadora às novas circunstâncias. De um dia para o outro, milhões passaram a trabalhar remotamente, em muitos casos com um sucesso surpreendente.

Guterres destaca, no entanto, os grupos mais vulneráveis, afirmando que “correm o risco de se tornar cada vez mais vulneráveis”, e os países e as comunidades mais pobres, que “podem ficar ainda mais esquecidos.”

Para combater estes problemas, sugere uma atuação em três frentes.

Primeiro: apoiando já trabalhadores e trabalhadoras, empresas, os empregos e rendimentos em risco para evitar falências, perdas de emprego e de rendimento.

Em segundo, concentrar esforços na saúde e na atividade económica depois do alívio das restrições, com locais de trabalho seguros e garantia dos direitos das mulheres e das populações em risco.

Por fim, mobilizando a comunidade internacional para uma recuperação inclusiva, verde, sustentável e centrada no ser humano, que aproveite o potencial das novas tecnologias.

“Está na hora de um esforço coordenado global, regional e nacional para criar trabalho digno para todas as pessoas para uma recuperação verde, inclusiva e resiliente.”

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