Discriminação: atentado aos Direitos Humanos e custo para a sociedade

A discriminação provoca desperdício de recursos, gera desigualdades, impede o exercício da cidadania e debilita a coesão social e a democracia, disse a Diretora do Escritório da OIT no Brasil, Laís Abramo

News | 13 December 2013
BRASÍLIA (Notícias da OIT) – A discriminação não é apenas um atentado aos direitos humanos e aos direitos fundamentais no trabalho, mas também representa um grande custo para as empresas e a sociedade. A afirmação foi feita pela Diretora do Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Laís Abramo, durante evento promovido pela Centrais Elétricas do Norte do Brasil (Eletronorte), em Brasília.
Laís Abramo listou as principais consequências da discriminação:
· Provoca desperdício de recursos, talentos e potencialidades humanas, com efeitos negativos na produtividade e competitividade das empresas e no desenvolvimento econômico das sociedades
· Gera desigualdades profundas no acesso aos recursos econômicos, sociais, políticos e culturais
· Impede o pleno exercício da cidadania
· Debilita a coesão social e a democracia
A Diretora do Escritório da OIT ressaltou que as desigualdades de gênero e desigualdades étnicas e raciais constituem eixos estruturantes dos padrões de desigualdade social no Brasil. Além disso, são temas que dizem respeito à maioria da sociedade, pois as mulheres e os negros correspondem a aproximadamente a dois terços da População Economicamente Ativa (PEA).
Depois de demonstrar que o tema ocupa um papel central na agenda da OIT, por meio de suas Convenções e do conceito de Trabalho Decente, Laís Abramo, destacou as várias faces da discriminação, que se manifesta nas oportunidades de emprego, nos rendimentos obtidos por homens e mulheres, na jornada de trabalho, na conciliação entre trabalho, vida pessoal e familiar etc.
Segundo ela, as empresas e organizações de empregadores e de trabalhadores desempenham um papel chave na luta contra a discriminação, com destaque para: a negociação coletiva; políticas de responsabilidade social e promoção da diversidade nas empresas; ações voluntárias e não derivadas da legislação e instâncias e processos de diálogo social.
A palestra fez parte da “Oficina de Capacitação Geral na Temática de Assédio Moral, Sexual, e Discriminação”, evento promovido pela empresa no âmbito de suas iniciativas para celebrar a Campanha 16 dias de ativismo pela eliminação da violência contra a Mulher.
A Eletronorte, que aderiu à Campanha em 2007, é uma empresa publicamente comprometida com promoção da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres em empresas e instituições. Também participa, desde sua primeira edição em 2005, do Programa Pró-equidade de Gênero e Raça, uma iniciativa do Governo Federal, por meio da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, que conta com o apoio da ONU Mulheres e da OIT.