Discriminação é negação da igualdade de oportunidades e tratamento

Durante palestra em Salvador (BA), a Diretora do Escritório da OIT, no Brasil, Laís Abramo, lembrou que além de atentar contra os direitos fundamentais no trabalho, discriminação tem custo para as empresas e a sociedade

News | 10 April 2014
SALVADOR (Notícias da OIT) - A discriminação não é apenas um atentado aos direitos humanos e aos direitos fundamentais no trabalho, mas também representa um grande custo para as empresas e a sociedade. “A discriminação é a negação da igualdade de oportunidades e tratamento”. A afirmação foi feita pela Diretora do Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Laís Abramo, em Salvador (BA). Ela participou hoje (10) do Seminário “O desenvolvimento sustentável das relações sociais de trabalho na perspectiva da equidade e não discriminação”.
Laís Abramo listou as principais consequências da discriminação:
· Provoca desperdício de recursos, talentos e potencialidades humanas, com efeitos negativos na produtividade e competitividade das empresas e no desenvolvimento econômico das sociedades
· Gera desigualdades profundas no acesso aos recursos econômicos, sociais, políticos e culturais
· Impede o pleno exercício da cidadania
· Debilita a coesão social e a democracia
A Diretora do Escritório da OIT ressaltou que as desigualdades de gênero e desigualdades étnicas e raciais constituem eixos estruturantes dos padrões de desigualdade social no Brasil. Além disso, são temas que dizem respeito à maioria da sociedade, pois as mulheres e os negros correspondem a aproximadamente a dois terços da População Economicamente Ativa (PEA).
Depois de demonstrar que o tema ocupa um papel central na agenda da OIT, por meio de suas Convenções e do conceito de Trabalho Decente, Laís Abramo, destacou as várias faces da discriminação, que se manifestam nas oportunidades de emprego, nos rendimentos obtidos por homens e mulheres, na jornada de trabalho, na conciliação entre trabalho, vida pessoal e familiar etc.
Segundo ela, as empresas e organizações de empregadores e de trabalhadores desempenham um papel chave na luta contra a discriminação, com destaque para: a negociação coletiva; políticas de responsabilidade social e promoção da diversidade nas empresas; ações voluntárias e não derivadas da legislação e instâncias e processos de diálogo social.
O evento faz parte do Ciclo de Encontros das Estatais para o fortalecimento da equidade de Gênero e raça, com participação do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Correios, Eletronorte, Embrapa, Itaipu Binacional, Petrobrás, SERPRO e Serviço Geológico do Brasil.