Emprego Juvenil

A necessidade de políticas públicas com um foco específico sobre os jovens e suas oportunidades no mercado de trabalho tem chamado cada vez mais a atenção dos governos em todo o mundo.  Os dados mostram que existe uma crise de emprego juvenil, tanto em termos de quantidade como de qualidade.

Em 2012, durante a 101ª Sessão da Conferência Internacional do Trabalho, a OIT alertou que o mundo corre o risco de perder uma geração inteira se a crise de emprego juvenil não for enfrentada com urgência. A Conferência aprovou o documento “A Crise do Emprego Jovem: Um Apelo à Ação”, que recomenda uma série de medidas, como enfrentar o desajuste entre a oferta e a demanda de qualificação para os jovens, melhorar os sistemas de aprendizagem e promover a capacidade empresarial dos jovens. Além disso, a Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável da ONU inclui metas relacionadas à juventude, incluindo a promoção de emprego pleno e produtivo e trabalho decente para jovens e a redução da proporção de jovens sem emprego, educação ou formação.

A transição da escola para o primeiro emprego no mercado formal de trabalho representa um enorme desafio para a juventude, mesmo em tempos de máxima prosperidade econômica. Antes da pandemia da COVID-19, eles tinham cerca de três vezes mais chances de ficar desempregados do que os adultos.

A OIT promove o trabalho decente para a juventude por meio do desenvolvimento e da disseminação de conhecimento, assessoria técnica e serviços de capacitação, propondo uma reflexão que vai além da criação de oportunidades de empregos de qualidade, abrangendo também as possibilidades de transição no mercado de trabalho.

Fatos e números no mundo

  • A pandemia da COVID-19 exacerbou os numerosos desafios enfrentados pelos(as) jovens de 15 a 24 anos no mercado de trabalho, que tiveram um percentual muito maior de perda de emprego do que os adultos desde o início de 2020. Isso mostra que a pandemia da COVID-19 prejudicou mais a juventude do que qualquer outra faixa etária.
  • Em 2022, o número total de jovens desempregados(as) em todo o mundo poderia chegar a 73 milhões, uma ligeira melhora em relação ao ano de 2021 (75 milhões), mas ainda seis milhões acima do nível pré-pandemia de 2019.
  • A percentagem de jovens que estavam em situação de não trabalhar, não estudar e nem estar em treinamento (Nem-Nem) em 2020 - o último ano para o qual existe uma estimativa global - aumentou para 23,3%, uma alta de 1,5 ponto percentual em relação ao ano anterior (2019) e um nível não visto há pelo menos 15 anos.
  • Este grupo de jovens, em particular, corre o risco de que suas oportunidades e realizações no mercado de trabalho continuem a diminuir no futuro devido aos efeitos de longo prazo do aumento do desemprego juvenil. As mulheres jovens estão em uma situação pior do que os homens jovens, exibindo uma relação emprego-população muito mais baixa.
  • Em 2022, projeta-se que 27,4% das mulheres jovens em todo o mundo estejam empregadas, em comparação com 40,3% dos homens jovens.
  • Isso significa que os homens jovens são quase 1,5 vezes mais propensos do que as mulheres a serem empregados. A diferença de gênero, que mostrou poucos sinais de redução nas últimas duas décadas, é maior nos países de renda média-baixa, com 17,3 pontos percentuais, e menor nos países de renda alta, com 2,3 pontos percentuais.

Fonte: Tendências Globais de Emprego para Jovens 2022 (em inglês). Saiba mais aqui.

Fatos e números do Brasil

  • Cerca de 23% da população brasileira é formada por jovens, dos quais 52,5% estão ocupados.
  • Cerca de 36% dos jovens brasileiros frequentam a escola. Destes, 71% só estudam e 14% estudam e trabalham.
  • Cerca de 52% dos jovens estão ocupados. Quase um terço deles recebe até um salário mínimo.
  • Cerca de 22% dos jovens não está estudando nem trabalhando, sendo que os mais afetados são as mulheres e os negros ou pardos.
  • As jovens mulheres que não estão estudando nem trabalhando dedicam, em média, mais de 26 horas por semana ao trabalho doméstico, enquanto que entre os jovens homens essa carga é de menos de 11 horas.
Fonte: Síntese de Indicadores Sociais 2016 – IBGE