Reunião de líderes do G20

OIT saúda o apoio do G20 para uma recuperação centrada nas pessoas após a COVID-19

As necessidades dos trabalhadores, trabalhadoras e dos mercados de trabalho devem ser incluídas nos planos de recuperação da pandemia, disse o diretor-geral da OIT aos e às líderes do G20.

Notícias | 31 de Outubro de 2021
© G20

GENEBRA (Notícias da OIT) - O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, acolheu com satisfação a afirmação dos e das líderes do grupo de nações do G20 de que adotarão abordagens políticas centradas nas pessoas em seus planos de recuperação da pandemia da COVID-19.

A Declaração do G20, adotada após um fim de semana de debates em Roma, ecoa o Chamado Global à Ação da OIT para uma Recuperação Centrada nas Pessoas, adotada por seus 187 Estados membros em junho passado.

Observando as desigualdades agravadas pela pandemia da COVID-19, a Declaração do G20 destacou o compromisso dos e das líderes em garantir condições de trabalho seguras e saudáveis, trabalho decente para todas as pessoas, justiça social e diálogo social.

Os sistemas de proteção social serão fortalecidos, afirma a Declaração, a fim de reduzir as desigualdades, erradicar a pobreza, apoiar as transições e reintegração de trabalhadores e trabalhadoras nos mercados de trabalho e promover o crescimento inclusivo e sustentável.

Em seu discurso para a liderança do G20, o diretor-geral da OIT apontou a estagnação da recuperação do mercado de trabalho mundial e a "grande divergência" entre os países de maior e menor renda, conforme destacado no último Monitor da OIT sobre a COVID-19 e o mundo do trabalho.

“As perspectivas para a recuperação do mercado de trabalho permanecem desiguais e incertas em face a interrupções na cadeia de suprimentos, picos de preços de energia, preocupações com a inflação e as dificuldades relacionadas à dívida. A recuperação depende muito da capacidade de cada país de administrar o estímulo fiscal adequado e da disponibilidade de vacinas”, disse Ryder.

À medida que o mundo espera que o G20 intensifique seus esforços, necessitamos de soluções globais para os desafios globais que enfrentamos e devemos incluir os trabalhadores e os mercados de trabalho nessa resposta. Necessitamos de uma recuperação centrada nas pessoas que seja mais inclusiva, sustentável e resiliente."

Guy Ryder, diretor-geral da OIT
À medida que o mundo espera que o G20 intensifique seus esforços, necessitamos de soluções globais para os desafios globais que enfrentamos e devemos incluir os trabalhadores e os mercados de trabalho nessa resposta. Necessitamos de uma recuperação centrada nas pessoas que seja inclusiva, sustentável e resiliente ", enfatizou.

Proteção social e uma transição justa para economias mais verdes também foram questões-chave destacadas por Ryder em uma sessão do G20 sobre desenvolvimento sustentável. Ele exortou os países a apoiarem o Acelerador Global para Empregos e Proteção Social, lançado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, na Assembleia Geral da ONU em setembro.

“Precisamos de esforços combinados nos níveis nível local, nacional e internacional para fechar a lacuna do investimento social global”, disse Ryder.

“Também precisamos de uma transição justa para garantir que, globalmente, o dividendo do emprego relacionado à prevenção das mudanças climática seja totalmente realizado, e que globalmente haja mais empregos criados do que empregos destruídos'.

“Também precisamos de uma transição justa para garantir que, globalmente, o dividendo do emprego relacionado à prevenção das mudanças climática seja totalmente realizado, e que globalmente haja mais empregos criados do que empregos destruídos."

Guy Ryder, diretor-geral da OIT

Com a atenção global voltada para a cúpula do clima COP26, que começa em 31 de outubro, grande parte da Declaração do G20 se concentra no meio ambiente, nas mudanças climáticas e na energia, bem como no financiamento do desenvolvimento sustentável.

A Declaração dos Líderes reafirmou o compromisso dos países com a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres, incluindo o compromisso de implementar o Roteiro do G20 em direção à e além da Meta de Brisbane e de melhorar rapidamente a quantidade e a qualidade do emprego feminino, com atenção especial para o fechamento as disparidades salariais entre homens e mulheres. Além disso, foi dada prioridade à erradicação da violência de gênero, redução da lacuna de gênero digital, desenvolvimento de habilidades para jovens e inclusão de pessoas migrantes e refugiadas na resposta à pandemia.

A Declaração apela à OIT, em colaboração com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a continuar monitorando o progresso em direção ao Objetivo da Juventude de Antalya, o compromisso assumido pelos países do G20 de reduzir em 15% até 2025 a proporção de jovens em maior risco de ficar, permanentemente, para trás no mercado de trabalho.

Além disso, a Declaração toma nota do relatório anual de 2021 sobre tendências e políticas sobre migração internacional e deslocamento forçado para o G20, preparado pela OCDE em cooperação com a OIT, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).