Secretário-geral da ONU anuncia nova iniciativa Ação Climática para o Emprego e pede apoio de países

Iniciativa fornece um guia para garantir que o emprego e o bem-estar das pessoas estejam no centro da transição para uma economia neutra em emissões de carbono

Notícias | 19 de Setembro de 2019
©Cia Pak / UN Photo
Nova York - O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, anunciou uma nova iniciativa que visa garantir que a criação de emprego decente e a proteção dos meios de subsistência estejam no centro dos esforços dos países para impulsionar a ação climática, e instou os países a aderir à iniciativa.  A nova iniciativa "Ação Climática para o Emprego" será apresentada na Cúpula de Ação Climática do Secretário-Geral da ONU, a ser realizada no dia 23 de setembro na sede das Nações Unidas, em Nova York.

A iniciativa foi desenvolvida pela Cúpula de Ação Climática, juntamente com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e outros membros da Área de Ação dos Impulsionadores Sociais e Políticos da Cúpula (Social and Political Drivers Action Area), co-liderada pela Espanha e pelo Peru.

A iniciativa propõe um plano para garantir que os empregos e o bem-estar social das pessoas estejam no centro da transição para uma economia neutra em emissões de carbono.

Cerca de 1,2 bilhão de empregos, ou 40% do emprego global, depende diretamente de um ambiente saudável e estável. Os empregos não podem ser mantidos em um planeta que está morrendo."

António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas
António Guterres disse: "Hoje, juntamente com a Organização Internacional do Trabalho e os parceiros Espanha e Peru, estamos lançando a Ação Climática para o Emprego, uma iniciativa que busca colocar a criação de empregos e a proteção dos meios de subsistência no centro dos planos nacionais de mudança climática".

Ele acrescentou que "cerca de 1,2 bilhão de empregos, ou 40% do emprego global, depende diretamente de um ambiente saudável e estável. As empresas não podem prosperar em um planeta doente. Os empregos não podem ser mantidos em um planeta que está morrendo", alertou o secretário-geral da ONU.

"Necessitaremos que os governos, as empresas e as pessoas em toda as partes unam-se a estes esforços a fim de garantir que possamos acelerar a Ação Climática".

A nova iniciativa pede que os países formulem planos nacionais para uma transição justa, criando trabalho decente e empregos verdes, e estabeleçam medidas específicas para a serem incluídas nesses planos, entre elas:
  • Avaliar os impactos sociais, econômicos e de emprego da ação climática
  • Implementar medidas de desenvolvimento e atualização de habilidades
  • Formular políticas inovadoras de proteção social para proteger trabalhadores e grupos vulneráveis
  • Aumentar a transferência de tecnologia e conhecimento para os países em desenvolvimento, inovação e investimento responsável
  • Promover um ambiente de negócios propício que permita às empresas, particularmente pequenas e médias empresas, adotar processos de produção com baixas emissões de carbono
  • Elaborar políticas econômicas e incentivos para apoiar e incentivar a transição das empresas rumo à produção ambientalmente sustentável de bens e serviços
  • Criar mecanismos para o diálogo social inclusivo, a fim de alcançar um consenso em favor de mudanças transformadoras e sustentáveis
As Diretrizes da OIT para uma Transição Justa (em inglês), adotadas por meio de consenso tripartite, oferecem uma estrutura para orientar a transição rumo a economias com baixas emissões de carbono da qual os países podem fazer uso.

Segundo a OIT, medidas para tornar a produção e o uso de energia mais sustentáveis resultarão em ganhos líquidos de cerca de 24 milhões de empregos até 2030. À medida que as emissões crescem a níveis recordes e as temperaturas globais continuam aumentando, a Cúpula de Ação Climática visa galvanizar ações que reduzirão as emissões e aumentarão a resiliência climática. Durante a Cúpula, serão lançadas iniciativas concretas às quais governos, empresas e pessoas de todo o mundo podem se unir para impulsionar a ação climática.

O diretor-geral da OIT, Guy Ryder, que participará da Cúpula de Ação Climática das Nações Unidas no dia 23 de setembro, disse: "Os atores do mundo do trabalho - governos, empregadores e trabalhadores - têm um papel fundamental a desempenhar no desenvolvimento de novas formas de trabalhar, que salvaguardem o meio ambiente para as gerações presentes e futuras, erradiquem a pobreza e promovam a justiça social ao fomentar empresas sustentáveis e ao criar trabalho decente para todos. ”

A iniciativa será implementada sob a direção da OIT, com o apoio de outros parceiros da Área de Ação dos Impulsionadores Sociais e Políticos, incluindo a iniciativa B-Team, a Confederação Sindical Internacional e a Organização Internacional dos Empregadores.

Países interessados em aderir à iniciativa em qualquer momento - inclusive após a Cúpula - ou em receber maiores informações, favor entrar em contato pelo e-mail: spdcast@un.org.

Jornalistas podem solicitar mais informações para:

  • Equipe de Notícias da OIT: newsroom@ilo.org o +4122/799-7697
  • Hayley Moller, Equipo de Comunicação da Cúpula de Ação Climática: +1 (415) 233-1140